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10 março 2020

Foto do dr. Robinet

Abaixo está uma foto do dr. Jean-François Eugène Robinet (1825-1899); ele foi médico e executor-testamenteiro de Augusto Comte e autor de inúmeras biografias de Augusto Comte, Condorcet e Danton. Aliás, no que se refere a Condorcet e a Danton, ele foi o grande responsável pela manutenção da memória histórica da atuação política desses dois grandes líderes. Além disso, republicano (afinal, era positivista), teve participação ativa na Comuna de Paris (1871).

Não possuo dados sobre a data em que a foto foi tirada, nem o lugar, nem por quem; entretanto, é seguro afirmar que foi tirada na década de 1890, haja vista o dr. Robinet já ser idoso nessa gravura.

Essa foto foi obtida graças à generosidade de meu amigo e correligionário Hernani Gomes da Costa.



15 agosto 2019

Máximas de Augusto Comte

Máximas de Augusto Comte

Lista elaborada por C.G. Higginson (1858-?), Presidente da Sociedade Positivista de Manchester
(Fonte: Revue Occidentale, Paris, 2e série, tome VIII, 1893, 2e semestre, p. 306-310; disponível aqui.)

Augusto Comte
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Comte#/media/Ficheiro:Auguste_Comte.jpg

As siglas adotadas abaixo referem-se às seguintes obras compulsadas de Augusto Comte:
PP: Política positiva (1851-1854)
SS: Síntese subjetiva (1856)
T: Testamento (edição póstuma de 1884)

I
Máximas formuladas por Augusto Comte
  • O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim. (C)
  • Viver para outrem. (C)
  • Família, pátria, Humanidade. (A)
  • Ordem e progresso. (C, A)
  • Viver às claras. (C, A)
  • Agir por afeição e pensar para agir. (C)
  • O homem torna-se cada vez mais religioso. (C)
  • Entre o homem e o mundo é necessária a Humanidade. (A)
  • Para completar as leis são necessárias as vontades. (A)
  • Conciliante de fato, inflexível a princípio. (SS)
  • Reorganizar [a sociedade] sem deus nem rei, por meio do culto sistemático à Humanidade. (D)
  • O homem não tem nenhum direito senão cumprir seu dever. (D)
  • O espírito deve ser servidor do coração, mas jamais seu escravo. (D)
  • O dogma fundamental da subordinação contínua da política à moral [é] o que distingue a sociabilidade moderna. (D)
  • A natureza social da propriedade e a necessidade de regrá-la. (D)
  • Fundar a religião universal sobre a sã filosofia após a ter elaborado a partir da ciência real. (C)
  • O coração apresenta as questões que o espírito resolve. (C)
  • A religião consiste em regrar cada natureza individual e em reunir todas as individualidades. (C)
  • Os vivos são sempre, e cada vez mais, governados necessariamente pelos mortos. (C)
  • Os mais nobres fenômenos são por toda parte subordinados aos mais grosseiros. (C)
  • Para nossas mais altas funções espirituais, como em relação aos nossos atos mais materiais, o mundo exterior serve-nos ao mesmo tempo de alimento, de estimulante e de regulador. (C)
  • O Positivismo, perseguindo sempre o estudo das leis, caminha sem cessar entre duas vias igualmente perigosas, o misticismo que pode penetrar até as causas, e o empirismo que se limita aos fatos. (C)
  • O objetivo contínuo da vida humana [é] a conservação e o aperfeiçoamento do Grande Ser [a Humanidade], que é necessário ao mesmo tempo conhecer, amar e servir. (C)
  • O trabalho humano não pode ser senão gratuito. (C)
  • Saber para prever a fim de prover. (C)
  • Não existe sociedade sem governo. (C)
  • A educação deve sobretudo dispor a viver para outrem, a fim de reviver em outrem para outrem, um ser espontaneamente inclinado a viver para si e em si. (C)
  • O sacerdócio deve renunciar completamente à dominação temporal e mesmo à simples riqueza. (C)
  • Entre dois seres tão complexos e tão diversos como o homem e a mulher, não é suficiente toda a vida para bem se conhecerem e amarem-se dignamente. (C)
  • Quaisquer que possam ser nossos esforços, a mais longa vida bem empregada não nos permitiria nunca de retribuir senão uma porção imperceptível do que recebemos. (C)
  • O progresso não é senão o desenvolvimento da ordem. (C)
  • Devotamento dos fortes em relação aos fracos; veneração dos fracos para com os fortes. (C)
  • Grandes deveres exigem grandes forças.
  • Nossa evolução afetiva consiste sobretudo em tornarmo-nos mais simpáticos. (C)
  • Formar a hipótese mais simples e mais simpática que comporta o conjunto dos dados a representar. (C)
  • Cada entendimento apresenta a sucessão de três estados: fictício, abstrato e positivo. (C, A)
  • A atividade é inicialmente conquistadora, em seguida defensiva e finalmente industrial. (C, A)
  • A sociabilidade é inicialmente doméstica, em seguida cívica e finalmente universal. (C, A)
  • A submissão é a base do aperfeiçoamento. (A, T)
  • Todas as populações atuais aspiram, mais ou menos, a desenvolver o amor universal conforme uma atividade guiada por uma fé demonstrável. (A)
  • Todo o problema humano consiste em constituir a unidade pessoal e social por meio da subordinação contínua do egoísmo ao altruísmo. (A)
  • Ao referir tudo à Humanidade, a unidade torna-se mais completa e mais estável que ao esforçar-se por vincular tudo a deus. (A, T)
  • Ao suscitar a revolução ocidental, o conjunto da Idade Média legou dois problemas inseparáveis: incorporar à sociedade moderna o proletariado espontaneamente surgido; substituir o teologismo irrevogavelmente esgotado pela fé demonstrável (A)
  • Induzir para deduzir a fim de construir. (SS)
  • O amor busca a ordem e conduz ao progresso; a ordem consolida o amor e dirige o progresso; o progresso desenvolve a ordem e conduz de volta ao amor. (T)
  • União, unidade, continuidade. (T)

II
As sete máximas de Clotilde de Vaux (T, p. 99)
  • É indigno dos grandes corações derramar as perturbações que sentem. (Lucie, 7ª carta)
  • Que prazeres podem exceder os da dedicação? (Lucie, 8ª carta)
  • Eu compreendi, melhor que ninguém, a fraqueza de nossa natureza quando ela não é dirigida para um objetivo elevado e que seja inacessível às paixões (T, p. 333)
  • São necessários à nossa espécie, mais que às outras, deveres para fazer sentimentos. (T, p. 374)
  • Não há na vida nada de irrevogável senão a morte. (T, p. 419)
  • Todos temos ainda um pé no ar sobre o limiar da verdade. (T, p. 484)
  • Os maus têm com freqüência maior necessidade de piedade que os bons. (T, p. 537)

Clotilde de Vaux
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Comte#/media/Ficheiro:Auguste_Comte.jpg

III
Máximas adotadas por Augusto Comte de diferentes autores
  • Toda a seqüência de homens, durante o curso de tantos séculos, deve ser considerada como um mesmo homem que subsiste sempre e que aprende continuamente. (Pascal, Pensamentos, II) (D)
  • Não se destrói senão o que se substitui. (Napoleão III, Obras políticas, II, p. 266 – mas mais Danton) (C, A)
  • Non è l’affezion mia tanta profonda / Che basti a rendir voi grazia per grazia (Dante, Paraíso, IV, 121) (C) (Meu amor não é tão profundo que ele possa conceder-te a graça pela graça.)
  • Amem te plus quam me, nec me nisi propter te. (Tomás de Kempis, Imitação, III, 5) (C) (Possa eu amar-te mais que a mim mesmo e não me amar senão por ti!)
  • Os grandes pensamentos vêm do coração. (Vauvenargues, Pensamentos, 127) (C)
  • A virtude é um esforço sobre si mesmo em favor dos demais. (Duclos, Considerações, V, cap. IV) (C)
  • Nós vamos com um passo mais firme seguindo que conduzindo. (Corneille, Imitação, I, 9) (C)
  • Que é uma grande vida? / Um pensamento da juventude executado na idade madura. Alfred de Vigny (PP)
  • Não há no mundo nada de real senão amar. (Mme. Stael, Delphine, 3ª parte, carta 28) (PP, T, p. 81)
  • Nil actum reputans si quid superesset agendum. (Lucano, Farsália, II, 658; na Política positiva, Comte atribui-a a César) (PP) (Crer que nada está completo se qualquer coisa permanece por fazer.)
  • Homo sum, et nihil humani a me alienum puto. (Terêncio, O punidor, I, I, 25) (A, p. 25) (Eu sou homem e nada de humano é-me estrangeiro.)
  • Non sibi, sed toti genitum se credere mundo. (Lucano, Farsália, II, 383) (A, p. 25) (Não se crer nascido para si mesmo, mas para o universo.)
  • O homem é o único [objeto] digno do estudo do homem. (Pope, Ensaio sobre o homem, II, 2) (essa máxima deveria ser citada na Moral teórica – 13ª carta a R. Congreve

14 julho 2015

14 de julho: Revolução Francesa, República, Liberdade

No dia 14 de julho, além da comemoração da Revolução Francesa - e, por extensão, do nome do grande Georges Danton (1759-1794) -, os positivistas comemoram ao mesmo tempo várias outras coisas:

- a República

- a liberdade  dos povos americanos

- a independência dos povos americanos.

O fim simbólico da prisão da Bastilha representa apenas um aspecto negativo de um amplo processo e projeto positivo, de reorganização da sociedade em bases humanas, reais e altruístas, sem deus nem rei.

É uma data cheia de significados, portanto. Além disso, não por acaso em 14 de julho de 1891, Júlio de Castilhos promulgou a constituição do Rio Grande do Sul, em larga medida elaborada com base no Positivismo.

No dia 14 de julho o hino nacional francês - A Marselhesa - é também o hino de todos os republicanos e de todos os positivistas. É possível ouvi-lo aqui.

Para conhecer-se um pouco mais o projeto político e, de modo mais específico, o projeto republicano de Augusto Comte e do Positivismo, é possível ler a tese O momento comtiano, disponível aqui, assim como o livro Laicidade na I República, disponível aqui.


Comemoração de 14 de julho. Cartaz de autoria de João Carlos Silva Cardoso.

Georges Danton